
A vida é feita de escolhas, fazemos escolhas o tempo todo, muitas vezes, até sem perceber. Fazer uma escolha pode ser simples como decidir se vai para a direita ou para a esquerda, se vai usar hoje o jeans preto ou azul, porém, existe escolhas bem mais complexas como desistir ou insistir em recuperar seu grande amor; se vai ser analista ou professor...
Sempre fui uma aluna muito dedicada, quase nunca faltava e fazia os deveres de casa com muito capricho. Devo a essa dedicação aos estudos ao incentivo de minha mãe, que apesar de nunca ter frequentado uma escola, sempre valorizou a educação formal.
Lembro-me que ao terminar o ginásio - ensino fundamental - fiz minha primeira escolha profissional, grande parte de minhas amigas escolheram fazer magistério, mas eu não, preferi fazer o colegial - ensino médio-, aos quatorze anos ser professora era sem dúvida minha última opção. Não porque não gostasse de meus professores, pelo contrário, sempre contei com excelentes mestres.
Ao terminar o colegial comecei a trabalhar em uma empresa sulcoalcooleira e me apaixonei por computador, fiz vários cursos de informática, e trabalhei lá por cinco anos. Casei, mudei de município, e em busca de um trabalho participei de um processo seletivo. Por mais inacreditável que aos meus olhos parecessem, estava a frente de uma sala de aula em um centro profissionalizante de informática. Neste momento me descobri professora, me apaixonei pela arte de ensinar e principalmente de aprender.
Trabalhei por um ano ensinando informática a adolescentes, ministrei aula de informática educacional em uma escola de ensino fundamental ciclo I por três anos, também fui professora de cursos técnicos e hoje coordeno o trabalho realizado nos laboratórios de informática da rede municipal.
As escolhas também podem ser reversíveis. De certa forma não escolhi ser professora, posso dizer que aconteceu, não por acaso, mas pelo destino. E agora ao preparar minhas aulas sempre me remeto ao passado e lembro-me de como os mestres que passaram por minha vida ensinavam, tento aproveitar o máximo da vivência que tive com cada um deles. Recordo-me também do que é importante evitar, me despir de modelos mentais pré-estabelecidos é fundamental ao preparar um conteúdo.
Olhar cada aluno como único e insubstituível, perceber suas dificuldades e aptidões, repeitar a história de vida de cada um deles, tendo um olhar vivo, que olha de frente, que acredita acima de tudo que todos são capazes. É necessário esquecer as vezes o conteúdo a cumprir e enxergar a tristeza no olhar de quem está passando por um momento difícil e precisa de um abraço amigo, isso sim, é ser um bom professor.
Precisamos ser éticos, compromissados e responsáveis, não podemos jamais esquecer que lidamos com pessoas que desejam, sofrem, precisam e sonham.
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